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Mostrando postagens de agosto, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 01 de Setembro de 2013

Domingo – 01 de setembro Lc 14, 1.7-11: Escolha de lugares                                         Ao invés de simplesmente dar um conselho aos Apóstolos sobre a escolha do lugar no banquete, Jesus aproveita a ocasião para narrar uma parábola sobre a humildade. Recomenda-lhes escolher o último lugar. Inspirado por estas palavras, Padre Foucauld confessa: “Eu tenho repugnância extrema por tudo o que me leva a me distanciar do último lugar”. E, num sentido profundamente religioso, ele acrescenta: “Desçamos o mais possível, como o Verbo, como Jesus; estabeleçamos, definitivamente sobre a terra, nosso lugar entre os menores. Permaneçamos no último lugar”. As palavras de Jesus despertam uma atitude de simplicidade e humildade, contrastando com as dos fariseus, desejosos de ocupar os primeiros lugares, pois o objetivo do Mestre é conduzir os ouvintes, destaca S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta e digna de louvor, e a não serem sequiosos de vanglória,

Reflexão do Evangelho do dia 31 de Agosto de 2013

Sábado – 31 de agosto Mt 25, 14-30: Parábola dos talentos                   A parábola dos talentos mostra que estar preparado para a “parusia” é fazer bom uso dos dons concedidos por Deus. Visando elucidá-la, Jesus fala de um homem, de nobre origem, que viaja para longe e distribui, a cada um dos seus servos, uma determinada quantia de bens, que eles deverão restituir com lucro. Sem dúvida, ela reflete também a confiança depositada pelo proprietário nos servos, aos quais ele confia o seu dinheiro. A cada um segundo a sua capacidade.                 A exigência de produzir frutos leva-nos a compreender, por um lado, a existência em nós da capacidade de atingir horizontes sempre mais amplos e, por outro lado, a ação da graça divina que não nos há de faltar. Assim, para os que acolhem os dons e os põe em prática, abre-se o luminoso panorama de uma vida sempre mais plena. Sem olvidar que muito será exigido de quem muito recebe, e a quem pouco é dado, pouco se há de exigir,

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Agosto de 2013

Sexta-feira – 30 de agosto Mt 25, 1-13: Parábola das dez virgens                     A parábola das dez virgens, algumas prudentes e outras não, usa um simbolismo apocalíptico para despertar nos ouvintes o interesse sobre a instrução de como viver em preparação para a vinda futura do Senhor. A propósito, alertamos sobre o risco de interpretar os relatos apocalíticos em nível descritivo, sobretudo, quando eles se referem a catástrofes e acontecimentos extraordinários. O fim dos tempos supõe um processo e uma história, cujo fio condutor é a verdade do plano salvador de Deus. Para bem compreendê-lo, é necessário situá-lo na ordem da confissão ou da experiência de fé, pois, dependendo exclusivamente da manifestação de Deus, ele permanece suspenso nEle e é apreendido pela fé. Os primeiros cristãos o denominavam de “o dia da manifestação plena de Deus”.             A parusia será o grande e solene encontro da humanidade com Cristo, descrito como uma festa de núpcias ou um ban

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Agosto de 2013

Quinta-feira – 29 de agosto Mc 6, 17-29 - Morte de João Batista           O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz. Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o advertia de

Reflexão do Evangelho do dia 27 e 28 de Agosto de 2013

Terça-feira – 27 e   quarta-feira - 28 de agosto Mt 23, 23-32: Ressurreição dos mortos             Uma das questões essenciais, colocada à vida humana, é justamente a que se refere à morte. Os saduceus, atendo-se ao Pentateuco, encontravam motivos para negar a Ressurreição dos mortos. O nome saduceu significa “justo” e, por motivo piedoso, “eles afirmam não servirem a Deus na esperança de uma recompensa” (S..Efrem). Querem amar a Deus na pureza do amor, não presos a uma recompensa. Consequentemente, a vida limitava-se, para eles, à realidade humana. Não concebiam nada além do que seus olhos podiam constatar.           Jesus rejeita de modo enfático tais afirmações, dizendo estarem eles “no erro” e “não conhecerem as Escrituras”, pois estas revelam, desde o começo, o poder do espírito, sopro vital, que impregna a pessoa em todas as suas ações. O espírito, sinal “dinâmico” de vida, foi-nos comunicado como força interior para caminharmos em direção ao infinito, graças à cr

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Agosto de 2013

Segunda-feira – 26 de agosto Mt 23, 13-22: Ai de vós escribas hipócritas                               As prescrições da Lei orientam-se, normalmente, para a prática da caridade, beneficiando, particularmente, aquele que as realiza. Tal insistência já está presente nos profetas, que declaram ser fundamental a atitude interior, para que as ações do homem sejam, de fato, sacrifícios puros e agradáveis a Deus. O fruto da generosidade, característica de uma vida segundo Deus, é a alegria interior, denominada de alegria perfeita por S. Francisco de Assis. Jesus reporta-se, muitas vezes, aos profetas para que seus ouvintes compreendam seus ensinamentos e possam forjar um espírito sereno e equânime em sua caminhada humilde para Deus. Ora, os escribas e fariseus também a eles se referem, sem, no entanto, traduzi-los em suas vidas, pelo que são chamados por Jesus de cegos e hipócritas. Seu apelo torna-se mais vigoroso, quando Ele o estende aos que o criticam, pois, no dize

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Agosoto de 2013

Domingo – 25 de agosto Lc 13, 22-30: A porta estreita                     À pergunta feita a Jesus sobre o número dos que se salvam, a resposta é: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial, fala do conhecimento necessário para entrar pela porta estreita. Neste sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do céu”, só podendo ser transposta por uma fé firme e uma moralidade isenta de mácula. De fato, ela é verdadeiramente “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos e que se abre para o átrio divino. Ela permanece aberta, desde que o nosso Redentor entrou por ela conduzindo-nos em seu seguimento.           S. Jerônimo nos diz que passar por ela significa estar vigilan

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Agosto de 2013

Sábado – 24 de agosto Jo 1, 45-51 – Encontro com Natanael     Natanael é considerado por Jesus como um verdadeiro israelita, um homem “sem duplicidade”, em quem “não há artifícios”. Ele não é uma pessoa entregue ao fingimento e à mentira.   Ao expressar a pureza do coração e o dom sem reserva de Natanael, Jesus nos recorda o mandamento de “amar a Deus, sem reserva, de todo o coração”. O contrário seria ter um “coração duplo” ou não ser alguém inteiramente de Deus, porque alimentar a duplicidade em seu agir implica estar em desobediência a Deus.   A saudação a Natanael: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento” reflete o conhecimento profético de Jesus. Surpreso, Natanael pergunta: “De onde me conheces?” Buscando tranquilizá-lo, Jesus lhe diz: “Antes que Felipe te chamasse, quando estavas sob a figueira, eu te vi”. Pasmo, Natanael se prostra, exclamando: “Rabi, tu és o Filho de Deus, és o Rei de Israel”. Mas qual é o significado das palavras de Jesus? E

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Agosto de 2013

Sexta-Feira – 23 de agosto Mt 13, 44-46: As parábolas do tesouro e da pérola             Um homem encontra um tesouro enterrado, descoberto de modo fortuito.   “Na sua alegria”, ele vai e vende tudo o que possui para comprar o campo. O mesmo acontece com o negociante que, “ao achar uma pérola de grande valor, vai e vende tudo o que possui e a compra”. A pérola se destaca pelo seu valor, beleza e perfeição. O Reino de Deus é o tesouro, é a pérola preciosa, cujo preço é inacessível e supera toda riqueza material. Buscado antes de todas as outras coisas, ele é recebido, desde agora, gratuitamente. A parábola sugere a ideia de que o Reino é dado e, portanto, não é um poder atemorizador, diante do qual somos forçados a nos inclinar, mas ele é um dom. A atitude própria para acolhê-lo é exemplificada pelas crianças, em sua simplicidade e confiança. Não é a humildade que as torna merecedores do Reino, mas é ela que as possibilita acolhê-lo. O fato de encontrá-lo sugere a ideia

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Agosto de 2013

Quinta-feira – 22 de agosto Lc 1, 26-38: Anunciação do Senhor                     No anúncio do nascimento de Jesus, Maria encontrava-se em oração quando o arcanjo Gabriel, que significa “fortaleza de Deus”, aparece-lhe e diz-lhe: “Alegra-te, cheia de graça”.   A Tradição, desde o amanhecer da Igreja, tem sublinhado o paralelo entre a Virgem Maria e Eva, “mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência, causa decisiva do “pecado original”.           Tal paralelismo, acentuado pela Tradição antiga, também pelos comentadores contemporâneos, mostra que, longe de ser artificial, oferece ao acontecimento um alcance absolutamente universal. Observa S. Beda: “Como Eva trouxe no seio toda a humanidade condenada ao pecado, agora Maria traz no seu seio o novo Adão que, com a sua graça, dará vida a uma nova humanidade”. Aquele que nasce de Maria é um dentre nós, capaz de englobar todos nós, incluindo todas as possibilidades de nossa humanidade

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Agosto de 2013

Quarta-feira – 21 de agosto Mt 20, 1-16: Parábola dos trabalhadores da vinha                     Logo no início da parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus se coloca nos horizontes do Reino dos céus, onde não há lugar para a inveja nem a cobiça. No romper do dia, o próprio Mestre toma a iniciativa de sair à procura de operários e, indo à praça, faz, por assim dizer, um contrato com cada um deles, nas diversas horas do dia. A todos, ele irá pagar a mesma quantia, remetendo-nos, comenta S. Cirilo de Alexandria, “a Deus que nos confere o mesmo dinheiro, isto é, a graça do Espírito Santo”, pois a recompensa é fruto da bondade e do amor de Deus, e não é dada segundo o tempo de serviço. Chega-se, assim, ao objetivo essencial da parábola: reconhecer a extraordinária generosidade e compaixão de Deus por todas as pessoas, de todos os tempos.           A ordem dada pelo mestre é inusitada, pelo fato de ele pagar a mesma importância a todos, mas também por ter começado pelos úl

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Agosto de 2013

Terça – feira – 20 de agosto Mt 19, 23-30: O perigo das riquezas             Os Apóstolos acompanharam o desenrolar do diálogo de Jesus com o jovem rico e viram sua reação diante das palavras misericordiosas do Senhor. S. Agostinho observa que o jovem não entendeu “que o supérfluo, que possuía, era necessário ao pobre” e, apegado aos seus bens materiais, não segue mais de perto o Mestre. Ora, os Apóstolos perseveram no seguimento de Jesus. Daí a pergunta de S. Pedro: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?”. Sem recriminá-lo por sua expectativa de retribuição, Jesus confirma o que tinha dito ao jovem rico, lançando um apelo à perfeição, que consiste em estar livre para Deus. Soa aos seus ouvidos a máxima; “Deus só e em primeiro lugar”.               A seguir, utiliza uma imagem para expor seu pensamento. Diante deles, descortinam-se as muralhas de Jerusalém, mais exatamente, eles encontram-se diante de uma de suas portas, chamada de “olho (b

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Agosto de 2013

Segunda-feira – 19 de agosto Mt 19, 16-22 – O jovem rico                     Um jovem procura Jesus não com o intuito de segui-lo, mas esperando assegurar-se da salvação. Sua pergunta: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” sugere a ideia de ele julgar ser possível alcançar, por ele mesmo, a salvação. A resposta de Jesus é imediata e, externando o desejo de libertá-lo de uma visão egocêntrica da salvação, ele o remete ao “único que é bom”, só Deus, expressão própria da tradição rabínica, que considera cada ato humano como sendo uma manifestação do amor a Deus. Nesse sentido, também o amor ao próximo, sobre o qual Jesus acabara de falar, resulta do amor a Deus. Mas, tendo o jovem afirmado guardar todos os mandamentos, para testá-lo em seu desejo de ser perfeito, Jesus lhe diz: “vai, vende os teus bens e dá aos pobres”. Condição para segui-lo mais de perto e ter “um tesouro nos céus”.             Todo este episódio gravita ao redor das posses do jovem rico. Pr

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Agosto de 2013

Domingo – 19 de agosto Lc 1, 39-56: Assunção de Nossa Senhora             Em 1950, confirmando um culto e uma devoção antiguíssimos, o Papa Pio XII proclamou solenemente o dogma da Assunção da Santíssima Virgem Maria, em corpo e alma, aos céus. Festa hoje solenemente celebrada. Maria é solidária a seu Filho em tudo, acompanhando-o em sua missão e, também, enquanto Ele é as primícias da Redenção. Ademais, a Assunção vem coroar os privilégios concedidos a Maria, já manifestados em sua Imaculada Conceição.            Nessa passagem do Evangelho, ao iniciar o relato com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas designa os acontecimentos primordiais, remetendo seus leitores às origens da fé e, igualmente, à prontidão, disposição constante de Maria, refletida no fato de ela ir imediatamente à casa de Isabel para servi-la. S. Bento comenta: “Maria vai no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus”. A mesma ideia é frisada por S. Ambrósio ao dizer: “Maria é movida p

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Agosto de 2013

Sábado – 17 de agosto Mt. l9, 13-15: Jesus e as crianças             Jesus se vê rodeado de crianças, trazidas pelos parentes, a fim de ele lhes impor as mãos. Sinal de transcendência sagrada, contato salvador de Jesus com a humanidade, cujo efeito é testemunhado pela hemorroíssa, ao tocar suas vestes, e pelo surdo-mudo, tocado por ele. Esse aspecto sensível faz parte integrante da realidade humana. Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos.           Das crianças é o Reino de Deus, proclama o Evangelho.   Elas confiam em Jesus e suas mães desejam que ele lhes conceda proteção e a graça divina. Escreve S. Epifânio: “As crianças ignoram a maldade, pois não sabem pagar o mal com o mal. Não sabem como prejudicar alguém”. Apolinário de Laodiceia observa: “O que a criança tem por natureza, Deus deseja que tenhamos por escolha: confiança, simplicidade, não guardando rancor face aos err

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Agosto de 2013

Sexta-feira – 16 de agosto Mc 10, 1-12: Perguntas sobre o divórcio                        Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova.           Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela. Com sabedoria, Jesus põe em evidência o gesto inicial da criação do universo: o amor de D

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Agosto de 2013

Quinta-feira – 15 de agosto Mt 18, 21- 19,1: Perdão das ofensas e a parábola do devedor implacável                     A própria história humana mostra que a liberdade e a felicidade não são simplesmente expectativas, mas possibilidades reais. O ser humano pode ou não corresponder ao bem.           Mesmo negando o bem, o homem jamais deixará de ter a possibilidade de se corrigir. Por isso, Jesus fala do perdão, sempre renovado, que não se limita só a sete vezes, como pensava o Apóstolo S. Pedro: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão, que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete significa totalidade e indica que o discípulo deve perdoar sempre, mesmo que a falta se repita. Talvez ao dizer sete, Pedro pensasse num número máximo de vezes. No entanto, o coração misericordioso de Jesus surpreende a todos. Ele responde: “Não te digo até sete, mas até setenta e sete vezes”. A bondade do Senhor é infinita. E para que os discípulos não acalentem ideias de rancor e

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Agosto de 2013

Quarta-feira – 14 de agosto Mt 18, 15-20 – Correção fraterna             Nesta passagem, Jesus fala da liberdade espiritual necessária para restaurar a boa convivência e a amizade entre as pessoas. Não se trata simplesmente de um procedimento social, mas de uma atitude espiritual nascida da comunhão com Deus. O coração do discípulo, movido pela caridade (ágape), jamais abrirá espaço para algo que possa escandalizar, destruir ou prejudicar a vida de seu semelhante. Nele viceja uma harmoniosa relação entre o espírito e a graça, conduzindo-o à união com Deus, fonte de íntimo e verdadeiro respeito para com todos. Sua vigilância há de ser constante e seu esforço não menos incessante no desejo de que todos se orientem para Deus. Eis o horizonte, no qual se compreende a correção fraterna, cujo objetivo será reorientar para Deus aquele que errou ou praticou o mal.           O modo como Jesus apresenta a correção fraterna é bastante simples, pois ela abrange uma realidade sensív

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Agosto de 2013

Terça-feira – 13 de agosto Mt 18, 1-5.110.12-14:   Quem é o maior?                     No surgimento da Igreja, o Apóstolo S. Pedro recebe do Senhor diversos sinais de preeminência, o que poderia despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Não esqueçamos, observa S. Jerônimo, que os demais “Apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o mesmo tributo” devido ao Templo. Tiago e João foram escolhidos com Pedro para serem testemunhas da Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da filha de Jairo. Vem, então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos, “que se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos Céus?” Em todos os tempos, o desejo de grandeza e de glória encontra guarida em muitas mentes. Mas nada escapa ao olhar atento de Jesus. Por isso, querendo formá-los, ele adverte que para partilhar da sua glória é necessário passar pela cruz. De imediato, eles não o entendem, pois era forte entre eles a concepção da vinda g

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Agosto de 2013

Segunda-feira – 12 de agosto Mt 17, 22-27: Segundo anúncio da Paixão             O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Nesse momento, a missão do Mestre não lhe era ainda conhecida, em toda sua extensão, tornando difíceis as palavras seguintes pronunciadas por ele, prenunciando seu sofrimento e sua morte dolorosa. Menos assimiláveis foram as palavras que se referiam à sua paixão, apresentada como lei espiritual válida para todos os seus discípulos, que seriam submetidos ao martírio. O segundo anúncio dá-se após o momento de glória no Tabor. Narra S. Cirilo de Alexandria: “Lá, Jesus se transfigurou diante deles, seu rosto resplandecia como o sol. Mostrou-lhes a glória com a qual, no tempo devido, ele ressuscitaria dos mortos. Prepara-os para que a hora da cruz e de sua morte não fosse ocasião de esc

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Agosto de 2013

Domingo – 11 de agosto Lc 12, 35-40: Prontidão para o retorno do Mestre                     O Senhor deseja que todos estejam espiritualmente preparados para a vinda do Filho do Homem. Para melhor compreender o seu desejo, Jesus conta a parábola do “retorno do senhor” após a festa de núpcias. Deus, na figura do esposo, oferece “aos que o esperam” o maior tesouro, seu Reino de paz e de justiça. Eles, porém, correm o risco de perdê-lo, caso não se preparem devidamente para a sua vinda. Sob esta ótica, é que a parábola deve ser interpretada. A expressão trazer “lâmpadas acesas”, segundo S. Agostinho, significa manter-se vigilante mediante a prática das boas obras, e a frase: “ter os rins cingidos”, cuidadosa instrução dada a Moisés e a Aarão no tocante à Páscoa, para S. Agostinho lembra a imagem da continência, entendida como disposição virtuosa de quem se orienta de acordo com a reta razão, não se deixando guiar pelos movimentos impetuosos das paixões. Nesse sentido, vigi