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Mostrando postagens de novembro, 2012

Reflexão do Evangelho do dia 01 de Dezembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 01 de dezembro Lc 21, 34-36 – Vigiar para não ser surpreendido Deus oferece o maior e mais belo tesouro, seu Reino de paz, de alegria e de justiça. Porém, podemos perdê-lo caso não formos vigilantes. Ao falar, Jesus se reporta aos dias “que precederam ao dilúvio”: “Estavam eles comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca” (v.37s). E ele conclui, “assim acontecerá na Vinda do Filho do Homem”. Orígenes, grande escritor do século III, exorta “a vigiar, à tarde, isto é, na juventude, à meia noite, na idade média, ao canto do galo, no tempo da velhice ou de madrugada, quando a velhice está já avançada”. Continua ele – “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse: Vigiai em todo tempo”. Ocorrerá, então, a parusia, a volta de Jesus, em sua glória no tempo do Fim. Os que se prepararam, na observância d

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 30 de novembro Mt 4, 18-22:  Vocação dos quatro primeiros discípulos         A vocação, em sua simplicidade, significa: Deus está aí e ele te chama. É o que aconteceu com Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. O Senhor caminha e, como por acaso, encontra-os. Vendo-os, Jesus não os saúda, nem se apresenta, mas lança um apelo: “Vinde após mim!”. Em seu barco, no sussurro das águas do lago, eles o ouvem e, deixando tudo, o seguem. Adesão irresistível a Jesus, que os torna “pescadores de homens”. Serão não só ouvintes de seus ensinamentos, mas eles tomarão parte ativa em seu ministério. O mesmo ocorrerá com os outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que, “deixando imediatamente o barco e o pai, seguiram-no”.   A brevíssima narração da chamada dos primeiros discípulos focaliza o fato de eles seguirem Jesus, sem reservas. Exclama S. Cromácio de Aquileia: “Felizes tais pescadores, pois o Senho

Reflexão do Evangelho do dia 27 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Terça-feira – 27 de novembro Lc 21, 5-11: A ruína de Jerusalém e o fim dos tempos                 Os sinais precursores do fim do mundo, preditos no Evangelho de S. Lucas, são idênticos aos referidos no Evangelho de S. Mateus e S. Marcos. Escreve S. Agostinho: “Todos os três referem-se à resposta dada pelo Senhor aos discípulos que lhe perguntavam quando aconteceria a destruição do Templo por Ele predita e qual seria o sinal da sua segunda vinda, o fim do mundo”. Os acontecimentos, apontados pelo Senhor, não se darão somente no final dos tempos, mas já estão se realizando ao longo de nossa vida cristã. O mesmo S. Agostinho observa que “eles não cessam de vir até o fim do mundo. De fato, vindo entre os seus, Jesus é reconhecido no nascer ‘de novo’ de cada membro da Igreja”. Ele não cessa de vir ao nosso encontro, preparando-nos para sua vinda gloriosa no final da história. Ela não será uma realidade trágica e temerosa. Será, si

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quinta-feira – 29 de novembro Lc 21, 20-28: Jerusalém cercada, a desolação          Desolação, expressão retomada por todos os Evangelhos Sinóticos numa referência à profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. De acordo com as profecias, o mundo caminha para o fim. Portanto, o que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do julgamento e a destruição de Jerusalém, não era novidade para os judeus. O termo desolação, em grego “erémwsis”, alude a um lugar deserto, em que as pessoas se sentem abandonadas. Em seu sentido religioso, a palavra conduz ao esquecimento da Aliança com Deus. É ausência ou falta de afeição às realidades de Deus. O discípulo torna-se, interiormente, árido no seguimento do Senhor, resvalando para a corrupção, com o consequente enfraquecimento do ideal de vida. Assim, as imagens da destruição do Templo, morada de Deus, vão adquirindo um forte significado para os discípulos de Jesus. Sobretudo, quando Jesus

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 28 de novembro Lc 21, 12-19 – Sinais precursores do fim dos tempos Na oração do Pai-Nosso, pedimos que o Reino de Deus se estabeleça “assim na terra como no céu”. É o reconhecimento de Deus como Senhor e Pai, em sua transcendência divina e em sua presença amorosa. Por isso, para a Igreja antiga, a salvação não se reduzia unicamente aos cristãos. A História da Salvação, segundo S. Clemente de Roma, compreende também os judeus e os pagãos. A vinda de Jesus, sua Encarnação e Ressurreição, não excluem, mas incluem a multíplice forma de sua presença no mundo. S. Justino escreve: “Cristo é o primogênito de Deus, o seu Verbo, do qual todo gênero humano participou. Portanto, aqueles que viveram conforme o Verbo são cristãos, embora considerados ateus, como sucedeu, entre os gregos, com Sócrates, Heráclito e outros semelhantes” (1Apol 46). Cabe aos cristãos anunciar que Jesus veio para todos. Tornando-se um de nós, ele

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Segunda-feira – 26 de novembro Lc 21, 1-4: O óbolo da viúva         Jesus alerta seus discípulos a respeito dos escribas e fariseus, que pagavam o dízimo até da hortelã, observando com cuidado o exterior, mas desprezando o essencial, a salvação da alma. Escreve S. Hegemônio: “Eles procuravam ser saudados nas ruas e ocuparem os primeiros lugares à mesa, mas rejeitavam as realidades interiores e ignoravam que a atenção dada ao corpo correspondia à dedicação dada à alma”. Após fustigar a hipocrisia dos doutores da lei, que se dedicavam a longas orações, entremeadas de palavras altissonantes, Jesus refere-se ao donativo de uma pobre viúva. Se no Templo, “alguns ricos lançavam muitas moedas”, ela dá não o que lhe é supérfluo, mas o que lhe é necessário para seu próprio sustento. Entrega duas pequenas moedas, sem reservar nada para si. Dá a Deus tudo o que possuía.         Realiza-se a verdadeira piedade, que consiste na entrega t

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo – 25 de novembro Jo 18, 33-37 – Cristo Rei do Universo                 O anjo Gabriel saúda Maria: “Ave, cheia de graça”. A verbo grego “karitow”, cujo particípio perfeito passado “ke-karitwméne” significa cheia de graça. É a vinda do Filho de Deus que assume em Maria a nossa humanidade. Presença da graça, do dom gracioso de Deus, no qual se faz presente aquele que agracia. Proclama-se a graciosidade e a vitalidade do amor, a cháris, epifania ou esplendor da luz divina em sua transparência. Jesus é a plenitude da graça, o que permite a liturgia antiga denominar Maria como a Mãe do Belo amor. Ele é o fascínio da perfeição do amor, que impregna sua mãe, tornando-a cheia de graça.           Já no primeiro instante de sua vida, ressoa a resposta desejada por Pilatos, que coloca em questão não o fato de ele ser o Cristo, Filho do Homem e Filho de Deus, mas a sua “Realeza”. O Sinédrio havia condenado Jesus por blasfêmia, “

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 24 de novembro Lc 20, 27-40: Ressurreição dos mortos         Uma das questões essenciais colocadas à vida humana é justamente a questão sobre a morte. Os saduceus, atendo-se ao Pentateuco, encontravam motivos para negar a Ressurreição dos mortos. O nome saduceu significa “justo” e, por motivo piedoso, “eles afirmam que não servem a Deus na esperança de uma recompensa” (S..Efrem). Querem amar a Deus na pureza do amor, não presos a uma recompensa. Por isso, reduziam a vida à realidade humana. Não concebiam nada além do que seus olhos podiam ver.         Jesus é enfático ao afirmar que eles estão “no erro” e “não conhecem as Escrituras”, pois elas revelam desde o começo o poder do espírito, sopro vital, que impregna a pessoa em todas as suas ações. O espírito é doação total e oferta gratuita de si mesmo. Sinal “dinâmico” da vida, ele nos é comunicado para nos transcendermos, movendo-nos em direção ao infinito, graças à

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 23 de novembro Lc 19, 45-48 - Expulsão dos vendedores do Templo          A expulsão dos vendedores do Templo traz a lume a santidade de Deus. Israel, povo de Deus, é convocado a espelhar a santidade divina, evitando toda contaminação profana.  O próprio Templo é considerado santo, em toda a sua extensão, mesmo os “pisos” destinados aos pagãos. Particularmente, onde os judeus se reuniam, o coração do Templo nomeado “o santo”, que servia como centro de culto e louvor divinos e era considerado repleto da glória insuperável do Deus três vezes Santo. S. Ambrósio lembra que “o templo não é refúgio de mercadores, mas casa de santidade. E o próprio exercício do ministério sacerdotal não é designado, por Jesus, como um dever, ainda que sacro, mas como uma homenagem tributada a Deus, gratuitamente”. No entanto, o que ele encontra ali é justamente o contrário. O zelo pela casa do Senhor leva-o a expulsar os vendedores e o

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quinta-feira – 22 de novembro Lc 19, 41-44 – Lamentação sobre Jerusalém                 Pasmos, os discípulos veem Jesus chorar. Diante dele se descortina a cidade de Jerusalém, a cidade da paz. O amor encarnou-se e veio a nós em Jesus. A resposta do homem é cantar a sua glória, acolhê-lo e tornar-se um canto de glória. Essa dinâmica do amor chama-se doação, acolhida e é abrir-se a um encontro. Porém, houve um descuido, essencial. A população de Jerusalém deixou de cultivar a generosidade da doação na gratuidade do ser e do agir. Um sussurro elevou-se até o monte das Oliveiras, onde se encontrava Jesus. Os gestos de bondade transformaram-se em injustiças, agressões indevidas e iniquidades. Jesus contempla cada um em seu amor pessoal e infinito. Porém, os homens romperam o laço original, negaram o Rei, reivindicam a autonomia de se situarem exteriormente ao seu Nome. Rejeitam-no na negação radical de toda dependência de Deus. “

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 21 de novembro Mt 12, 46-50- Os verdadeiros parentes de Jesus         O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois situando-se na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobr

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Novembro 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Terça-feira – 20 de novembro Lc 19, 1-10: O chamado de Zaqueu                 Ao longo do Evangelho, S. Lucas anuncia o apelo de Jesus aos pecadores, no intuito de conduzi-los a uma comunhão íntima com o Pai. S. Ambrósio fala de um apelo dirigido a todos, pobres e ricos, homens e mulheres. Escreve S. Ambrósio: “Ele dirige-se aos ricos, também eles, como Zaqueu, chamados à comunhão e ao amor do Senhor, pois o mal não está nas riquezas, mas no fato de não usá-las bem”. Jesus não hesita, vai ao encontro de Zaqueu, chefe dos publicanos, “completamente abandonado à ganância, cujo objetivo - observa S. Jerônimo - era o incremento dos próprios ganhos”. O encontro com Zaqueu vem logo após o milagre da cura do cego, o que leva S. Ambrósio a tecer um paralelo entre ambos: “Zaqueu subiu ao sicômoro, o cego permanece à beira do caminho. O Senhor olha o cego demonstrando sua compaixão e engrandece o outro com o esplendor da sua visita;

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Segunda-feira – 19 de novembro Lc 18, 35-43 : Cura do cego de Jericó                 Jesus e os Apóstolos, acompanhados por uma grande multidão, depararam-se com um cego chamado Bartimeu, sentado à beira do caminho, pedindo esmola. “Ao ouvir que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: ‘Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim!’” Seu clamor perturbou os que caminhavam rumo a Jerusalém, em peregrinação. A voz do cego une-se a dos antigos profetas, que clamavam pelo poder do Espírito de Deus. Escreve S., Agostinho: “Este cego, antes numa boa posição social, caiu em conhecida e célebre miséria, pois não só era cego, mas também clamava: ‘Que eu possa ver novamente’”. É o momento especial da graça divina. Ele não pode deixá-la passar. Por isso, tomando conhecimento da presença do Senhor, “ele deixou a sua veste, deu um pulo e foi até Jesus”. S. Beda vê no cego a própria “Igreja primitiva dos gentios que almejava a lu

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo – 18 de novembro Mc 13, 24-32 – Parábola da figueira         No centro da parábola está a pergunta, feita pelos Apóstolos, sobre o fim do mundo: “Quando será isso, Mestre?” Para responder, Jesus utiliza a imagem de uma figueira, fonte importante de alimento para os judeus. No seu florescer, ela anuncia a proximidade do verão. S. Hipólito lembra que o “verão significa o fim do mundo, pois é a época em que se recolhem os frutos para guardá-los”. Símbolo do julgamento, ele é utilizado por Jesus para suscitar não o terror, mas para transmitir esperança, mesmo em meio a acontecimentos dolorosos e trágicos. Aliás, Jesus recorre a diversas parábolas tiradas da natureza para nos convidar a discernir os sinais da vinda “do Reino de Deus”. Anúncio muito presente na pregação de Jesus e dos Apóstolos. S. Ambrósio descreve a parábola como uma proclamação esperançosa da vinda do Senhor, pois, diz ele, “o cuidado do agricultor do Eva

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 17 de novembro Lc 18, 1-8: O juiz iníquo e a viúva importuna                 A advertência de estar preparado para dar a vida pelo Evangelho recorda os Apóstolos das duras palavras do Senhor sobre as perseguições. Porém, seus discípulos jamais deveriam esquecer a presença do Pai celeste, que zela por eles e que os escuta em suas aflições e angústias. Essencial é permanecer fiel à oração. Assim, após a parábola do amigo importuno, Jesus conta-lhes a do juiz iníquo, ao qual recorre uma pobre viúva, suplicando que se faça justiça. Agora, o pedido é por justiça. Diante do juiz encontra-se a viúva, significando alguém muito fraco, só e pobre, incapaz de fazer pressão por influências ou utilizar meios corruptos. Mas, por causa da insistência da mulher, que “lhe causava fastio”, ele a atendeu. Com muito maior razão, pergunta Jesus: “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a ele dia e noite, mesmo que os faça esperar

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 16 de novembro Lc 17, 26-37 – O dia do Filho do Homem          Com a sua vinda, o Filho do Homem instaura o Reino de Deus “entre nós”, “em nós”. omem instaura com a sua vinda Homem Realidade espiritual, mas também escatológica. Jesus revela-nos a face humana de Deus, pois, no mistério da encarnação, ele se esvazia, kénosis , em seu infinito amor para conosco, permitindo-nos, assim, encontrar nele o espaço de nossa liberdade. Livres, estabelecemos, já e agora, a vitória sobre o domínio do pecado e da morte, sinal da vitória no fim dos tempos, em que Cristo “entregará a realeza a Deus Pai” (1Co 15,24). Os que lhe forem fiéis receberão “a herança no Reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,5) e serão chamados a partilhar da glória desse reinado. É a instauração do Reino de Deus no fim dos tempos. É o Dia do Filho do Homem. Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Para mostrar que aparecerá sem aviso prévio e sem que ninguém saiba

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quinta-feira – 15 de novembro Lc 17, 20-25: A vinda do Reino de Deus                   Estes poucos parágrafos esclarecem um dos pontos principais da pregação de Jesus: “O tempo se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo”. Mas, perguntam os fariseus: “Quando ele virá”? A questão compreende dois aspectos, o tempo e o modo como ele virá. Jesus aborda, principalmente, a última questão, ao descrever a forma como chegará o Reino. Não aparecerá em meio a sinais nitidamente constatáveis. Muitos buscarão sinais em vão. Rumores corriam de que surgiria “aqui ou ali”. Que os discípulos não se deixem enganar, pois o Reino de Deus já é uma realidade.  Não no sentido de ocupar um espaço delimitado. É um acontecimento, “irrupção repentina” do dom de Deus. Indícios e cálculos falham. O Reino de Deus já está aqui, em seu caráter espiritual e escatológico.          Seu início coincide com a presença de Jesus “no meio de nós”. O próprio S. Joã

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Quarta-feira – 14 de novembro Lc 17, 11-19: A cura dos dez leprosos         Jesus está a caminho de Jerusalém, onde o aguardam a morte e a glorificação. A estrada passa pela Samaria e pela Galileia. A orientação espiritual da viagem evidencia-se na atitude de Jesus em seu encontro com os samaritanos. Se eles recusam recebê-lo, Jesus não os rejeita. Pelo contrário, como na parábola do bom samaritano, faz-lhes um forte apelo à conversão, justamente, na cura dos dez leprosos, ao destacar que dos dez leprosos curados, só um, que era samaritano, volta para agradecer.           No relato da cura é surpreendente o fato de os dez denominarem-no com o título de Mestre, utilizado unicamente pelos que pertenciam ao círculo dos discípulos. Os Santos Padres, em suas reflexões sobre esse episódio, assinalam que os leprosos sofriam não só de um mal físico, mas de uma enfermidade espiritual. Sentiam-se como “ovelhas sem pastor”. Por isso, a

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Terça-feira – 13 de novembro Lc 17, 7-10 – Servir com humildade        Certamente, no desejo de se tornarem mais fortes na fé, os Apóstolos suplicam ao Senhor: “Aumentai a nossa fé”. Presente nos discípulos e dependendo deles, a fé é dom da graça divina. Porém, há uma exigência: fustigar a arrogância e ser humilde no serviço. Por isso, logo a seguir Jesus fala do patrão que diz ao servo, que trabalhara o dia todo: “Prepara-me o jantar e serve-me, até que eu tenha comido e bebido; depois, comerás, por sua vez”. Sem alimentar qualquer pretensão, o servo age de modo desinteressado, dando o melhor de si mesmo.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Segunda-feira – 12 de novembro Lc 17, 1-6 – Correção fraterna         Nesta passagem, Jesus fala da liberdade espiritual necessária para restaurar a boa convivência e a amizade entre as pessoas. Não se trata simplesmente de um procedimento social, mas de uma atitude espiritual nascida da comunhão com Deus. O coração do discípulo, movido pela caridade (ágape), jamais abrirá espaço para algo que possa escandalizar, destruir ou prejudicar a vida de seu semelhante. Nele viceja uma harmoniosa relação entre o espírito e a graça, conduzindo-o à união com Deus, fonte de íntimo e verdadeiro respeito para com todos. Sua vigilância há de ser constante e seu esforço não menos incessante no desejo de que todos se orientem para Deus. Eis o horizonte, no qual se compreende a correção fraterna, cujo objetivo será reorientar para Deus aquele que errou ou praticou o mal.         O modo como Jesus apresenta a correção fraterna é bastante simpl

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Domingo – 11 de novembro Mc 12, 38-44: O óbolo da viúva         Jesus alerta seus discípulos a respeito dos escribas e fariseus, que pagavam o dízimo até da hortelã, observando com cuidado o exterior, mas desprezando o essencial, a salvação da alma. Escreve S. Hegemônio: “Eles procuravam ser saudados nas ruas e ocuparem os primeiros lugares à mesa, mas rejeitavam as realidades interiores e ignoravam que a atenção dada ao corpo correspondia à dedicação dada à alma”. Após fustigar a hipocrisia dos doutores da lei, que se dedicavam a longas orações, entremeadas de palavras altissonantes, Jesus refere-se ao donativo de uma pobre viúva. Se no Templo, “alguns ricos lançavam muitas moedas”, ela dá não o que lhe é supérfluo, mas o que lhe é necessário para seu próprio sustento. Entrega duas pequenas moedas, sem reservar nada para si. Dá a Deus tudo o que possuía.         Realiza-se a verdadeira piedade, que consiste na entrega total

Reflexão do Evangelho do dia 10 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sábado – 10 de novembro Lc 16, 9-15: O bom emprego do dinheiro                 Em nossa peregrinação terrena somos chamados à união com Deus. Dificuldades não faltarão. O importante é a escolha que se faz em cada situação concreta. Sempre levando em conta o fato de existirem fatores positivos ou negativos que, por força de nossa condição humana, intervêm, uns mais facilmente que outros, e constituem obstáculos para uma vida reta e justa. Para a comunhão com Deus, o Evangelho de hoje apresenta como obstáculo o apego ao dinheiro, pois ele pode chegar a dominar o coração humano e torná-lo insensível às aspirações sublimes e aos sentimentos de doação generosa e solidária aos irmãos. Por isso, em diversas ocasiões, Jesus fustiga esse mal concitando a generosidade e a partilha. Diz ele: “Fazei amigos com o dinheiro da iniqüidade, a fim de que, no dia em que faltar, eles (os pobres) vos recebam nos tabernáculos eternos”. Enuncia-se

Reflexão do Evangelho do dia 09 de Novembro de 2012

Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para: Sexta-feira – 09 de novembro Jo 2, 13-22 -  Expulsão dos vendedores do Templo          A expulsão dos vendedores do Templo traz a lume a santidade de Deus. Israel, povo de Deus, é convocado a espelhar a santidade divina, evitando toda contaminação profana.  O próprio Templo é considerado santo, em toda a sua extensão, mesmo os “pisos” destinados aos pagãos. Particularmente, onde os judeus se reuniam, o coração do Templo nomeado “o santo”, que servia como centro de culto e louvor divinos e era considerado repleto da glória insuperável do Deus três vezes Santo. S. Ambrósio lembra que “o templo não é refúgio de mercadores, mas casa de santidade. E o próprio exercício do ministério sacerdotal não é designado, por Jesus, como um dever, ainda que sacro, mas como uma homenagem tributada a Deus, gratuitamente”. No entanto, o que ele encontra ali é justamente o contrário. O zelo pela casa do Senhor leva-o a expulsar os vendedores e o